JIMMY DE SOUSA

QUADRAS SOLTAS (EDI. ÁFRICA DO SUL)

1970
CORONET RECORDS
Vinil 7"
ZA
CEP20

Stock: Indisponível

QUADRAS SOLTAS (EDI. ÁFRICA DO SUL)

Coloque o cursor sobre a imagem para fazer zoom

outras imagens do produto

Detalhes

VINIL - SLEEVE (EX / EX-). Edição original sul-africana da Coronet Records- Johannesburg. Registo muito, muito raro, usado e em excelente estado. Capa com algumas deficiências de plastificação, conforme imagens.

 

 

A internet nem sempre é a “enciclopédia” que responde a tudo e dá-nos o conhecimento que faz de nós umas barras na matéria. E, se ninguém disponibilizar, nem estiver para aí virado, vai-se perguntar quem foi o madeirense Jimmy e invariavelmente a resposta será apenas (até agora) o irmão de Maximiano de Sousa (1918-1980), mais conhecido no meio artístico como Max (autor de célebres temas como são “Bailinho da Madeira”, “A Mula da Cooperativa”, “Pomba Branca”, "Casei Com uma Velha" e “Bate o Pé”).
De alguma coisa que sabemos sobre Jimmy, (Jaime de Sousa, o verdadeiro nome de baptismo), teria uma idade aproximada do seu irmão e começou a ter sucesso ainda na década de 40 como fadista e intérprete da música ligeira. É do final dessa década (ou já nos inícios dos anos 50) o primeiro registo discográfico que se conhece de Jimmy, ainda no formato de 10”, em shellac de 78 rpm, com os temas “Aquela Rua” e “Faia”. Dois temas que iriam surgir em 1954 (já em vinil de 33 rotações) numa colectânea da Parlophone intitulada como “Cantares de Portugal”, juntamente com Celeste Rodrigues, Maria Clara e Martinho da Silva. Temos conhecimento que quando o seu irmão veio fixar-se em Lisboa em 1946 como vocalista do Conjunto Tony Amaral, já Jimmy estava a trabalhar há um ano no meio artístico da capital e foi determinante para a vinda de Max. Em 1954, já como vocalista do Conjunto de Jorge Brandão, receberam ambos um honroso convite para a inauguração do espaço de diversão nocturna “Boite Tágide”, onde se mantiveram durante alguns anos, ao mesmo tempo que permaneceram como um dos conjuntos residentes do Casino Estoril. Por informação escrita e publicada, Jimmy era considerado no final da década de 50 uma vedeta da rádio e da televisão. Por estas palavras, tudo leva a crer que foi um dos artistas da época que apareceram nas primeiras emissões da RTP. Sabemos sim que no final da década o Conjunto de Jorge Brandão juntamente com Jimmy, foram convidados como atracção musical para o périplo dos paquetes portugueses nas rotas entre Lisboa, Rio de Janeiro, Luanda e Lourenço Marques. É nesta última capital que o Conjunto de Jorge Brandão foi contratado pelo famoso Hotel Girassol e pouco tempo depois rumou para o Ciro’s Club de Joanesburgo, passando por sua vez por outras unidades hoteleiras da mesma cidade, como o Colony do Hyde Park Hotel e o His Majesty's Cellar. Ao que sabemos, é nesta nação sul-africana que Jimmy de Sousa vai permanecer até ao final da sua vida, e, é neste mesmo país que grava vários discos para as editoras Gallotone Records, CSR- Creative Sound Recording, Paralelo 27 Editions e Coronet Records (como este EP é exemplo). Do conhecimento (do que temos inventariado e de publicações da época, caso da Plateia do mês de Abril de 1965), Jimmy editou 1 disco de 78 rpm, 7 álbuns (seis deles em formato colectâneas com outros artistas) e 4 discos de 45rpm (para a Alvorada, Gallotone e Coronet Records). Os 4 últimos álbuns conhecidos em que Jimmy se apresenta com outros artistas portugueses radicados na África do Sul (entre os quais aparecem os nomes de Natércia Barreto, Zito, Ana Maria Froes e Tony Manuel) foram editados entre 1976 e 1977 pelas editoras locais CSR e Paralelo 27 (já aqui mencionadas). Entre os 7 temas registados por Jimmy, os destaques vão para as versões de “Canoas do Tejo”, “Mulher Faceira” um tema tradicional madeirense atribuído erradamente até hoje a Roberto Leal e “Canto a Galicia”, um famoso tema de Julio Iglesias, que, até ver, será a última gravação conhecida de Jimmy de Sousa.
Quanto a este registo, os destaques vão naturalmente para os guitarristas Adelino Gomes, Carlos Correia e o viola Manuel Mendes, habituais acompanhantes dos vários artistas portugueses da editora Coronet Records, casos de Ivone Antunes, Gabriel Silva, Maria Augusta e Raúl Pereira.

 

Texto de: Francisco J. Fonseca
Colaboração de: António A. Santos

 

 

 

A1. Quadras Soltas
B1. Xaile e Lenço
B2. Espera de Toiros