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VINIL - SLEEVE (NM / NM). Edição original portuguesa da Columbia / Valentim de Carvalho. Registo raro e em muito bom estado, como novo. Inclui a letra de “O Senhor Extraterrestre” na contracapa.
Em 1981 ainda não havia telemóveis e ninguém pensava nestas coisas de duetos improváveis, mas o certo é que os verdadeiros artistas estão sempre actuais, e, tanto Amália como Paião nunca brincaram em serviço. A leitura que se faz hoje em dia deste máxi-single não é certamente a mesma que a Grande Fadista recebeu em 1981 face ao desconforto de cantar um Fado Canção composto por um jovem artista com predilecção para espectáculos de variedades e festivais. Hoje, para mais que o Fado foi classificado como Património Imaterial da Humanidade, esta abertura do Fado a novas experiências é sempre bem vinda, mas, à época, o “Extraterrestre” não passou mais que um caso esporádico de insensatez que se perdoa aos grandes artistas. A própria editora, apercebendo-se de antemão de algum sacrilégio pela critica especializada, tratou de empacotar este registo duma forma atraente e bem colorida (logo, pouco fadista) e no novo formato surgido três anos antes, isto é: um máxi-single de cor amarela. Que se saiba, até então, nenhum fadista tinha feito tamanha heresia às cores do Fado. No fim quem saíu vencedor foi a própria Amália Rodrigues, e, claro, Carlos Paião, já que ambos partilham os créditos do primeiro máxi da História do Fado e o segundo máxi colorido da Música Popular Portuguesa. O primeiro colorido pertence a uma obscura formação, Les Petits Bijoux, com a versão “Le Freak”, editado em finais de 1978 pela Rádio Produções Europa. Mas já que estamos com a mão na massa, oficialmente o primeiro máxi-single português foi comercializado pela Orfeu em 1978 e pertencia aos Arte & Oficio, com um apelo musical para os ouvintes rockeiros, “Come Hear The Band”.
A1. O Senhor Extraterrestre
B1. Amigo Brasileiro