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SEMANÁRIO (EX). Edição original portuguesa das Publicações Nova Idade, SARL / Agência Portuguesa de Revistas. Publicação semanal, número 75, impresso na Mirandela & Ca. (Irmão), a duas cores, (29.0x40.0cm), com 16 páginas ilustradas e documentadas conforme imagens.
Fundado em 1972 o Jornal Musicalíssimo teve como primeiro director e chefe de redacção, Victor Direito e Fernando Assis Pacheco, respectivamente. Neste número, o antepenúltimo da sua existência durante a década de 70, foi, porém, o último para Victor Direito (conforme noticia da página 3). Neste número também já aparece como chefe de redacção o jornalista Bernardo Brito e Cunha.
Mas o que este número tem de extraordinário é a capa e a reportagem (nas páginas centrais) dedicada ao “I Encontro da Canção Portuguesa”, espectáculo esse realizado no Coliseu dos Recreios em Lisboa no dia 29 de Março de 1974. Fez agora 50 anos e bem lembrado na comunicação social, pois foi o último grande concerto da liberdade a ser censurado pelo regime salazarista. Vinte e poucos dias depois surgia o 25 de Abril e com ele a senha da última canção cantada em palco pelo autor, “Grândola, Vila Morena”. Embora não autorizado a participar, José Afonso conseguiu estar presente a pretexto dum prémio artístico a receber pela “Casa da Imprensa” e cantou no final dessa longa noite os temas “Milho Verde” e “Grândola, Vila Morena”.
Infelizmente, nem sempre visto para muitos críticos como um artista integro, no número seguinte do Musicalíssimo de 12 de Abril, aparece na capa do jornal vestido como super-homem e uma dúbia legenda “José Afonso Super Star”.
Felizmente não demorou muito a ser corrigida essa parte da história. Mas, já que falamos anteriormente em senhas, e, em vésperas do Festival da Eurovisão, aparece, como seria expectante, referências ao certame e ao nosso representante, Paulo de Carvalho, com “E Depois do Adeus”.