Detalhes
VINIL - SLEEVE (EX / EX-). Edição original portuguesa da Orfeu / Arnaldo Trindade. Registo muito raro, usado e em excelente estado. Capa de abrir, "gatefold cover", com as letras e fotografia do autor. Capa com alguns pontos de acidez no papel, conforme imagens.
Depois dum álbum com a qualidade musical e poética do “Cantigas do Maio”, José Afonso, atreveu-se, como sempre a inovar e a melhorar com o registo seguinte, neste caso com “Eu Vou Ser Como a Toupeira”. De facto, a maior novidade foi gravar, não em França como o anterior, nem com experientes músicos de estúdio, mas sim em Madrid e com músicos espanhóis e portugueses (aqueles que mais próximos o apreciavam como autor). A mensagem que queria deixar naquele momento, era mais de empenhamento político do que musical, já que os músicos ibéricos sofriam ambos a leis de ditaduras opressivas. Dos músicos nacionais; Carlos Alberto Moniz, Jorge Letria, Maria do Amparo e Teresa Silva Carvalho estiveram presentes assim como José Niza, que acumulou também os cargos de arranjador e produtor. Para este disco José Afonso apresentou previamente à censura umas vinte letras, metade das quais ainda não estavam musicadas. Foram usadas apenas como “isco” para a censura, já que tratavam de letras bastantes politizadas, e, como tal, incómodas para o regime vigente que as riscou de imediato. As que sobraram eram, basicamente, as que José Afonso (com alguns pequenos “arranjos”) pretendia incluir no novo “Eu Vou Ser Como a Toupeira”. Um título afinal condizente com o autor e com a sua obra musical, num país em que todos pareciam cegos e seguiam a mesma doutrina, mas, como tudo na vida, havia sempre quem furava (como as toupeiras) por outros caminhos…
A1. A Morte Saiu à Rua
A2. Fui à Beira do Mar
A3. Sete Fadas me Fadaram
A4. Ó Minha Amora Madura
A5. O Avô Cavernoso
B1. Ó Ti Alves
B2. No Comboio Descendente
B3. Eu Vou Ser Como a Toupeira
B4. É Para Urga
B5. Por Trás Daquela Janela